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Elida Tessler | Palavras-chaves de uma terra desolada | 2002

Elida Tessler | Palavras-chaves de uma terra desolada | 2002

A obra Palavras-Chaves de Uma Terra Desolada, da Elida Tessler, apresenta uma forte relação entre imagem e palavra. A artista se aproxima da literatura de T.S. Eliot para compor esse claviculário (pequeno armário com ganchos onde as chaves ficam guardadas). O poema Terra Desolada, escrito em 1922, fala sobre uma civilização em crise. Escrito durante a Primeira Guerra, T.S. Eliot traz um amontoado de imagens quebradas, fragmentos de uma cultura em ruína e, assim como Élida, faz relações entre palavra e imagem, uma vez que referencia grandes obras da literatura e da arte em seu poema.

Quer conhecer o acervo permanente ou precisa de fotos das obras em alta qualidade? Escreva para o e-mail educativo@institutoling.org.br.

ficha técnica

  • Autor

    Elida Tessler

  • Título

    Palavras-Chaves de Uma Terra Desolada

  • Ano

    2002

  • Técnica

    Claviculário, chaves gravadas e placa metálica

  • Dimensões

    50 x 77 x 04 cm (fechada)

  • Local da obra

    Corredor das salas de aula


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Sobre a Artista

Elida Tessler
Site da Pinacoteca Barão de Santo Angelo (Foto da artista).

Nascida em Porto Alegre/RS, em 1961. Vive e trabalha em Porto Alegre. Além de artista, é pesquisadora e professora.

Entrou na graduação em Artes Plásticas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em 1980. Nesta época, começou a lecionar na Escola de Artes da Associação Cultural dos Ex-Alunos do Instituto de Artes e se dedicou ao desenho, tendo como orientadora a artista Teresa Poester e, logo depois, Heloísa Schneiders e Karin Lambrecht. Na década seguinte, concluiu seu doutorado em História da Arte na Université Paris I Pantheon-Sorbonne, na França. É lá que a artista pesquisa sobre a obra de Hélio Oiticica e sobre os efeitos do processo de oxidação em seu próprio trabalho artístico, fazendo uso do fio de arame como linha de desenho.

Quando retorna a Porto Alegre, em 1993, inaugura com Jailton Moreira o Torreão, espaço fundamental na capital gaúcha para a experimentação e a reflexão sobre a arte contemporânea, que funcionou até 2009 e abrigava cursos, conversas e intervenções artísticas. Desde 1994, Elida é professora do Instituto de Artes da UFRGS.

É a partir dos anos 90 que o uso de objetos cotidianos em sua produção fica mais evidente; é também a época em que Elida passa a desenvolver em seu trabalho uma relação estreita entre a obra de arte e a palavra. A artista busca elementos da literatura, empregando palavras diretamente de livros em suas obras, seja por meio de um bordado em um lençol ou em palavras esculpidas em superfícies.

Sobre o processo de criação da artista, a crítica de arte Glória Ferreira comenta:

 

“A artista dialoga com a longa tradição da relação entre o visível e o dizível, entre a linguagem e a imagem. Nos seus trabalhos realizados a partir dos livros [...], as palavras incorporadas a objetos chamam a atenção para si mesmas, como puros significantes [...]. A leitura se faz com outra intenção, como uma forma particular de ler, na qual os dados do que e como selecionar já foram predeterminados. Há, assim, em seu processo, tomando emprestado o conceito de Haroldo de Campos em relação à tradução poética, uma transcriação, uma recriação da literatura pela apropriação de seus vocábulos, não propriamente no sentido de uma tradução de texto, mas de um universo para outro, entrecruzando palavras e imagens, num claro viés conceitual.”

                                               Glória Ferreira, curadora da exposição Gramática Intuitiva

 

Algumas das suas exposições individuais incluem Vasos comunicantes, na Pinacoteca do Estado de São Paulo (2003) e Horizonte provável, no MAC-Niterói (2004); além das mostras coletivas 8ª Bienal do Mercosul, Porto Alegre (2011), Heteronímia Brasil, Museo de America, Madri (2008) e The storytellers: narratives in international contemporary art, The Stenersen Museum, Oslo (2012). Desde 2007, é coordenadora do grupo de pesquisa “p.a.r.t.e.e.s.c.r.i.t.a: textos de artistas e a presença da palavra em produções de arte contemporânea”, vinculado ao CNPq.

Autor(a): Camila Salvá 

 

PARA SABER MAIS sobre a artista

Site da artista

A artista falando de Finnegans Wake, de James Joyce

Artigo de Donaldo Schüller sobre a artista

Vídeo Elida Tessler e a beleza do cotidiano  

Elida Tessler e a obra O homem sem qualidades (inspirada na obra de Robert Musil).

Conversa entre literatura e arte

 

Confira abaixo a entrevista que realizamos com a artista sobre a obra:

 

Referências 

Material didático. Elida Tessler: Gramática Intuitiva. Programa Educativo Fundação Iberê Camargo. Disponível em: http://iberecamargo.org.br/wp-content/uploads/2018/07/Material-Dida%CC%81tico_Elida-Tessler-%E2%80%93-grama%CC%81tica-intuitiva.pdf