PROGRAMA BRICLAB EM COLUMBIA – A EXPERIÊNCIA DE QUATRO BOLSISTAS
Modalidade de bolsa oferecida no Programa Jornalista de Visão, o CGEG-BRICLab Visiting Scholar Program concede aos contemplados a oportunidade de estudar durante um semestre na Universidade de Columbia, na condição de alunos-ouvintes. O programa tem como objetivo a expansão de horizontes, aperfeiçoando e fomentando as perspectivas globais e difundindo o interesse pelos assuntos mundiais para futuros formadores de opinião brasileiros.
Desenvolver, promover e implementar novas teorias, estudos e políticas que cruzem fronteiras e enderecem a nova realidade. Essa é a missão do Center on Global Economic Governance (CGEG), que abriga, entre outras iniciativas, o BRICLab, um fórum especial que se propõe a examinar a influência dos BRICs nos negócios globais e as implicações de seu poder crescente, através de uma combinação de aulas, programas executivos e conferências para gestores públicos, líderes acadêmicos e de negócios, e estudantes.
Quatro bolsistas do Programa Jornalista de Visão (JV) participaram do Programa CGEG-BRICLab de janeiro a maio deste ano. Selecionados em 2020, Marcos Mortari, editor de política na Infomoney, e Natália Portinari, repórter do jornal O Globo, tiveram seus cursos postergados de 2021 para 2022 em função da pandemia de Covid. Com isso, juntaram-se aos JVs 2021, Ana Rosa Alves, também repórter dO Globo, e Thiago Resende, repórter da Folha de S. Paulo, em Brasília.
Os bolsistas aprovados para o CGEG-BRICLab podem escolher de 3 a 4 disciplinas da universidade, dando preferência àquelas oferecidas na SIPA – School of International Public Affairs de Columbia.
Para Natália, a oportunidade de parar por quatro meses para se dedicar aos estudos foi o ponto mais positivo da experiência: “Foi muito legal, principalmente porque tem uma grade bem livre para conciliarmos nossos interesses com o que a universidade oferece. Tivemos uma experiência muito livre para nos dedicarmos aos nossos interesses intelectuais, quaisquer que fossem, então esse respiro foi maravilhoso”.
Thiago concorda: “Eu particularmente gostei muito de voltar a estudar. Ter o tempo para se dedicar a isso é uma oportunidade singular”.
A vivência na universidade também foi destacada pelos participantes. “Falando especialmente de Columbia, é um sonho! Você tem bibliotecas incríveis onde acho que você consegue passar a vida inteira circulando e não cansa, porque tem tudo lá. Os professores são excelentes. Tem grupos de estudos sobre assuntos que você nunca imaginou. É uma abundância muito grande de conteúdo, de material à disposição, de pesquisadores – os melhores, as pessoas mais gabaritadas, mais preparadas para falar sobre os mais diversos assuntos – à disposição. A gente ouve falar, mas ao chegar lá é que você percebe que é mais ainda do que você estava esperando”, conta Marcos.
Ana Rosa, que diz que “aprendeu mais lá em quatro meses do que em quatro anos de graduação no Brasil”, realça também a infraestrutura da universidade “incomparável com qualquer universidade brasileira que eu já tenha visitado. As bibliotecas e seus acervos digitais são excelentes. As pessoas são maravilhosas. Você conhece gente de todo o lugar, com todo o tipo de background possível, o que possibilita que aprenda muita coisa sob perspectivas diferentes em um cenário global”, complementa.
O início do semestre escolar foi marcado pelo avanço da variante Ômicron nos Estados Unidos, que causou recordes de casos de Covid e fez com que a universidade optasse por oferecer as duas primeiras semanas de aula apenas de forma remota. Marcos explica que ao chegar, é necessário escolher as disciplinas: “Como o sistema da universidade é muito diferente, apanhamos um pouquinho nesse aspecto – a curva de aprendizado teve que ser mais rápida. Tivemos que entender como funcionava a universidade, as modalidades de aulas (lectures e seminars), tudo de forma remota. Foi um desafio, mas não me arrependo das escolhas de disciplinas que fiz. Foram muito complementares para a minha formação acadêmica”.
“Apesar das peculiaridades deste semestre, Columbia se organizou rapidamente para que todos ficassem seguros, sem interromper as atividades. Conseguimos aproveitar bem”, comenta Thiago. Ele esclarece que, a partir do 2º mês de aulas, com a situação da pandemia mais controlada, eventos e atividades extracurriculares em diversas áreas como cinema, Guerra na Ucrânia, entre outros, começaram a ser oferecidos. E ainda destaca que: “Assistimos a palestra do Iván Duque, (então) Presidente da Colômbia. Foi muito legal essa reabertura”.
Natália destaca ainda que foi muito interessante ver como as coisas funcionam nos Estados Unidos em relação a tudo: a universidade, a convivência com outros jornalistas, como funciona o mercado e o que é priorizado no jornalismo nos Estados Unidos foram alguns exemplos citados por ela.
Para Marcos, foi um período que favoreceu também o lado criativo: “A única obrigação que você tem é a de aproveitar ao máximo a oportunidade que está sendo dada, então é um período de muita intensidade e muita criatividade”.
A experiência de viver em Nova Iorque foi também mencionada pelos participantes. Thiago, que nunca havia ido aos Estados Unidos, diz que “foi muito bom viver a cidade, melhorar o idioma, ter contato com o inglês em nível acadêmico”, diferente, segundo ele, do que estamos acostumados no Brasil.
Ana Rosa destaca ainda o cenário cultural da cidade que, segundo ela, não tem comparação no mundo. “Fui a cinemas alternativos, cinemas pequenos com mesas redondas com diretores que eu nunca imaginaria ver ao vivo; Peças de teatro – Broadway e off-Broadway quase todo o final de semana. É super, superinteressante”.
02.09.2022