Julia Chen McClanan: A idealizadora da bolsa Person of the Year

Atual responsável pelas áreas de broker-dealer e de finanças de todas as empresas Itaú no norte do continente americano, Julia Chen McClanan recebeu uma bolsa do Instituto Ling em 2000 que a ajudou a viabilizar o MBA na Universidade de Chicago. Onze anos mais tarde, agora como integrante do Board da Brazilian-American Chamber of Commerce de Nova Iorque (BACC), sugeriu a criação do Person of the Year Fellowship, um programa que beneficia estudantes brasileiros, da mesma forma que havia acontecido com ela, como bolsista do Instituto Ling.

Julia Chen McClanan: A idealizadora da bolsa Person of the Year

Em 2000, Julia Chen McClanan recebeu uma bolsa do Instituto Ling que a ajudou a viabilizar o MBA na Universidade de Chicago. Onze anos mais tarde, agora como integrante do Board da Brazilian-American Chamber of Commerce de Nova Iorque (BACC), sugeriu a criação de um programa que beneficia estudantes brasileiros, da mesma forma que havia acontecido com ela, como bolsista do Instituto Ling.

O passo seguinte foi colocar as duas entidades em contato. Surgia aí o Person of the Year Fellowship Program, parceria da BACC com Instituto Ling, e ainda com a Fundação Lemann que já contemplou quase 150 brasileiros, sendo 73 bolsistas do Instituto Ling.

Nos primeiros anos, Júlia participou diretamente da seleção dos bolsistas Person of the Year. Partindo de sua experiência pessoal, buscou sempre premiar os candidatos que se destacassem não apenas pela excelência acadêmica, mas que demonstrassem potencial para, com ideias inovadoras, causar impacto positivo no Brasil.

 

Carreira internacional

Atual responsável pelas áreas de broker-dealer e de finanças de todas as empresas Itaú no norte do continente americano, abrangendo também o Caribe e o México, foi como representante do banco que Julia passou a integrar o Board da BACC. Trazia já uma rica vivência internacional: logo ao término do MBA, trabalhando em Nova Iorque, foi convidada pelo Itaú para abrir o escritório do banco em Hong Kong, onde ficou por quase quatro anos. Após uma passagem de um ano por Londres, retornou à Big Apple em 2010.

Atravessar o mundo em busca de oportunidades não é novidade na família de Júlia. Seu pai chegou ao porto de Santos na década de 60, vindo de Taiwan, com 50 dólares no bolso e sem falar português. Conhecia apenas alguns amigos que já moravam no Brasil. Como tantos imigrantes, trabalhou como vendedor ambulante, até conseguir juntar recursos para empreender, tornando-se atacadista no ramo de plásticos.  Quase 40 anos depois, foi a vez de Julia, já formada em Administração de Empresas pela USP, partir para os Estados Unidos, contando com recursos limitados para o MBA e sem ter a família por perto.

“Nessa hora, o apoio recebido do Instituto Ling foi essencial, não apenas para o custeio do curso, mas pelas oportunidades de networking. Ainda no processo seletivo, conheci um dos candidatos – ele também ganhou bolsa para MBA – e me tornei amiga dele e de sua esposa, uma amizade que dura até hoje. E, após o MBA, durante todo o período em que estive em Hong Kong, contei com grande apoio da Rosa Ling (da família mantenedora do IL)”.

Como mulher que ocupa um cargo estratégico em uma corporação que conta com 90 mil colaboradores, e mãe de duas filhas com 5 e 3 anos, Júlia considera que houve grande evolução na questão de gênero dentro da empresa e do próprio setor financeiro, com criação de políticas voltadas às mulheres.

“Ainda é preciso quebrar paradigmas todos os dias, mas, na maioria dos casos, uma mulher hoje está mais próxima da igualdade de oportunidades de ascensão dentro das empresas.”

Julia destaca a importância da diversidade, em suas várias formas, e comenta, satisfeita, que tenta manter seu time diverso, o que gera discussões calorosas e ricas.

“Acredito que times diversos, não só espelham como é a sociedade hoje, mas alcançam resultados e soluções melhores para os clientes”, concluiu.

02.05.2022

leia também

Ivanyra Correia e a presença feminina em cargos estratégicos de liderança

Única mulher a concorrer à vaga no conselho de administração da Petrobras, em abril passado, a engenheira Ivanyra Correia (MBA, 1996) passou por três fases distintas em sua carreira: atuação no mercado financeiro, experiência na indústria e, mais recentemente, participação em conselhos e comitês de empresas como Baumgart, Eletronuclear e Invepar. Para ela, que reconhece que o acesso de mulheres a altos cargos ainda é um desafio, a preparação e a busca pelo conhecimento, incluindo o mestrado em Wharton, foram fundamentais para suas conquistas.  

Ler mais

Conheça Eduardo Baer, fundador do iFood e da DogHero

Desde cedo, Eduardo Baer sabia o que queria: empreender e inovar em projetos de impacto. Depois de cursar simultaneamente Administração na USP e Publicidade na ESPM, ajudou a fundar a iFood com colegas de faculdade. A oportunidade de cursar um MBA na Universidade de Stanford, com apoio do Instituto Ling, pavimentou o caminho para voltar ao Brasil com a mente cheia de ideias inovadoras: fundou a DogHero em 2014 e, hoje, atua como Chief Operating Office da fintech Nomad.

Ler mais

Tomás Lopes-Teixeira, teoria e prática em prol do desenvolvimento

Recém-chegado a Lima como o Representante do Grupo BID no Peru, Tomás Lopes-Teixeira Emendabili, 38 anos, tem uma extensa carreira na voltada ao desenvolvimento econômico. Apaixonado desde a escola por história, matemática e ciência política, o curso de Economia foi sua escolha natural ao chegar à graduação. Já formado e estando em banco de investimento há quatro anos, trocou a estabilidade de Wall Street por um cargo na ONU e, a partir de 2012, ingressou no Mestrado em Políticas Públicas (MPP) em Harvard. Desde então, construiu uma carreira voltada ao desenvolvimento econômico e ao propósito de gerar impacto em diferentes países. Com uma trajetória que inclui desde consultoria a governos africanos a uma passagem pelo governo federal, desde 2016 atua no Banco Inter-Americano de Desenvolvimento.

Ler mais