Reconstrói RS - Relatório (Junho 2024 a Novembro 2025)
Contexto
No dia 27 de abril de 2024, começou a chover forte em Santa Cruz, na Região dos Vales do Rio Grande do Sul. Sem parar, a chuva se estendeu por mais de 10 dias, sobrecarregando as bacias dos rios Taquari, Caí, Pardo, Jacuí, Sinos e Gravataí, que transbordaram e invadiram os municípios em seu caminho. Em Porto Alegre, os efeitos dos temporais começaram a ser sentidos com maior gravidade no dia 3 de maio; o lago Guaíba quebrou o recorde da histórica enchente de 1941, invadindo ruas e ocasionando o fechamento do aeroporto. Em dois dias, o lago atingiu seu nível mais alto, com 5,33 metros, inundando bairros inteiros da Capital e contribuindo para alagar os municípios ao sul. Por todo o estado, um cenário desolador: cidades arrasadas, vidas e negócios destruídos e milhares de pessoas fora de suas casas. Dos 497 municípios do RS, 463 encontravam-se em situação de emergência ou de calamidade pública.
Desde o primeiro momento, a sociedade gaúcha – e todo o Brasil – se mobilizou para atender as necessidades imediatas de comida, roupa e abrigo, com trabalho voluntário e doações em dinheiro ou em bens.
Ao mesmo tempo em que se prestou o atendimento emergencial aos indivíduos, surgiu a questão do dia seguinte: refazer a infraestrutura básica das centenas de municípios afetados, para possibilitar a estes retomar o quanto antes a atividade econômica e uma vida mais próxima ao normal.
Foi para apoiar na solução deste problema que foi criado o Reconstrói RS.
Reconstrói RS
O Reconstrói RS surgiu por iniciativa do Instituto Ling, em conjunto com a Federasul e Instituto Cultural Floresta, para contribuir com o esforço de reconstrução do Rio Grande do Sul, com foco em obras de recuperação da infraestrutura nas regiões diretamente afetadas, estabelecendo parceria com as comunidades locais.
Os projetos de infraestrutura contemplados pelo Reconstrói RS buscam viabilizar um retorno célere das atividades rotineiras da comunidade local e contribuir para a prevenção de acidentes decorrentes de catástrofes climáticas, tais como: estabilização, recuperação e proteção de taludes; restabelecimento de ligações terrestres, como pontes e trechos de estradas; recuperação de diques e barragens; obras de drenagem e mitigação de enchentes e obras de saneamento.
Com o entendimento de que o impacto negativo das enchentes foi muito além da destruição da infraestrutura, afetando direta ou indiretamente setores como educação e saúde, o Reconstrói RS incluiu em seu portfólio o apoio a dois projetos a serem executados em Porto Alegre, sendo um voltado à reforma e ampliação de escolas infantis, liderado pela ONG Alma Mater, e outro voltado a benfeitorias e equipamentos no Hospital Santa Rita, do complexo hospitalar da Santa Casa de Misericórdia.
Na área de negócios, o Reconstrói RS viabilizou a criação do Fundo Estímulo Retomada RS, que tem como objetivo o oferecimento de apoio financeiro, por meio da concessão de crédito com taxas de juros diferenciadas, e a capacitação para empreendedores de pequenas e médias empresas localizados no Rio Grande do Sul e que foram afetados pela catástrofe climática.
Participantes do Reconstrói RS
Promoção: Instituto Ling, Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul) e Instituto Cultural Floresta
Coordenação: Instituto Ling
Assessoria jurídica pro bono: Souto Correa Advogados
Triagem dos projetos: Federasul, Instituto Cultural Floresta e Instituto Ling
Avaliação e aprovação dos projetos (obras de engenharia civil): Comitê avaliador, composto por especialistas em infraestrutura e engenharia: Athos Cordeiro, Ricardo Portella Nunes, Mauro Touguinha de Oliveira, Sérgio Klein e Anthony Ling.
Aporte de recursos ao fundo: famílias e indivíduos doadores, empresas, instituições sem fins lucrativos
Repasse dos recursos do fundo aos projetos: Instituto Ling
RESUMO – PROJETOS APOIADOS
|
Tipo de projeto |
Quantidade |
Valor |
|
Contenção |
14 |
10.541.633,98 |
|
Drenagem |
13 |
11.749.211,25 |
|
Ponte |
21 |
14.845.406,38 |
|
Pavimentação |
3 |
5.600.000,00 |
|
Infraestrutura prédios |
2 |
10.000.000,00 |
|
Infraestrutura - Saúde |
1 |
10.000.000,00 |
|
Crédito para empreendedores |
1 |
20.000.000,00 |
|
Projetos a definir |
|
764.000,00 |
|
55 |
83.500.251,60 |
Obras de infraestrutura
Nº de projetos: 52
Municípios beneficiados: 29
Detalhamento

Fundo Estímulo Retomada Rio Grande do Sul
O Reconstrói RS doou R$ 20 milhões à Estímulo 2020, uma associação sem fins lucrativos criada inicialmente para apoiar micro e pequenas empresas impactadas pela pandemia da Covid-19 e que, desde lá, gera impacto social apoiando pequenos negócios que, de outra forma, não teriam acesso a crédito. Os recursos doados à Associação Estímulo foram destinados destinados por esta ao Fundo Estímulo Retomada Rio Grande do Sul, lançado em 9 de outubro de 2024.
O fundo tem como objetivo o oferecimento de apoio financeiro, por meio da concessão de crédito com taxas de juros diferenciadas, e a capacitação para empreendedores de pequenas e médias empresas localizados no Rio Grande do Sul e que foram afetados pela catástrofe climática e pelos efeitos das inundações que acometeram o estado do Rio Grande do Sul em maio de 2024.

Fonte: Associação Estímulo, novembro 2025
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Projeto Aurora Infraestrutura
O projeto tem por objetivo melhorar a infraestrutura de escolas de educação infantil de Porto Alegre, que atendem crianças de 0 a 6 anos via convênio com a prefeitura municipal. Por meio da ampliação, reforma e qualificação dos espaços existentes, a iniciativa busca atender à demanda reprimida por vagas na escola pública, beneficiando regiões vulneráveis, especialmente aquelas atingidas pela enchente. As escolas infantis beneficiadas serão: EEI Favo de Mel (Sarandi); Brincando e Aprendendo (Farrapos); IEI Vila União (Sarandi), impactando 644 crianças e criando 360 novas vagas.
Proponente: Amigos do Hospital Materno Infantil Presidente Vargas (Alma Mater)
Projeto Saúde: Apoio Estruturante
Embora localizada em um ponto alto de Porto Alegre, a Santa Casa sofreu fortemente o impacto da calamidade que atingiu a cidade. Além de despesas extraordinárias (como, por exemplo, abastecimento de água via carros-pipa e aumento dos custos logísticos), os hospitais do complexo receberam pacientes de deslocados de outras regiões da cidade e do Estado. Como forma de contribuir com a manutenção do nível de excelência da entidade e permitir investimentos que se fazem necessários, o Reconstrói RS aprovou doação que se destina a projeto do Hospital Santa Rita, para melhoria de sua infraestrutura e aquisição de equipamentos de alta tecnologia para o tratamento do câncer.
Proponente: Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre