exposição

Exposição “Tomie Ohtake: seis décadas de pintura”

14/12/2022 às 10h30 até 25/02/2023 às 20h

Exposição “Tomie Ohtake: seis décadas de pintura”

“Tomie Ohtake: Seis décadas de pintura”

É impressionante a força da arte. E da pintura de Tomie Ohtake em particular. Tive o prazer de conhecer a figura delicada, mas com um talento gigante que viveu até os 101 anos. Estive com a artista, nascida no Japão e naturalizada brasileira, no seu hábitat paulistano e também acompanhei as exposições realizadas na capital gaúcha – em uma delas participei como galerista.

A mais recente ocorreu no inverno de dez anos atrás, quando foram mostradas obras produzidas até pouco antes das criações que compõem a exposição atual. Esta curadoria marca a agenda do verão em Porto Alegre, de dezembro de 2022 a fevereiro de 2023, configurando uma sequência providencial para a cena cultural, logo após a Bienal do Mercosul.

Este panorama tem a consistência de 60 anos de pintura: são 12 obras a óleo e tinta acrílica sobre tela, criadas de 1967 até 2013, dois anos antes de sua morte. A sua apreciação leva o espectador a desfrutar de um mundo de imensa força pictórica e sensorial – mesmo que não tenha conhecido as fases anteriores da artista, atende ao chamado de sua arte.

Desde o colorido estimulante, até as superfícies com incursões pelas formas, as diferentes texturas geradas pela facilidade de colocar os materiais a serviço do talento, tudo estimula a experiência perceptiva. E a artista deixa a impressão de cada um se encarregar de dar nome às obras, talvez em respeito às diferentes bagagens dos espectadores.

Tomie Ohtake: seis décadas de pintura torna tangível a parceria entre Almeida & Dale e Studio Prestes e conta com a realização do Instituto Ling, junto com as duas empresas. Todas as três reunidas em torno de uma das maiores expressões da arte brasileira, uma unanimidade entre os mestres do abstracionismo.

Cézar Prestes

Curador

 

Assista abaixo a conversa sobre o legado da família Ohtake na arte, arquitetura e design:

 

Sobre o curador:

Cézar Prestes foi marchand do artista visual Iberê Camargo durante a última década de sua produção. Neste mesmo período, realizou a primeira grande publicação da obra de Iberê, com a curadoria do próprio artista para as imagens do livro, e foi curador de sua última exposição em vida. Foi secretário de Cultura do Rio Grande do Sul e diretor do Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS). Possui uma extensa trajetória no mundo das artes e vem viajando pelo Brasil e exterior orientando importantes profissionais e artistas com seu trabalho de curadoria. 

 

Esta exposição é uma realização do Instituto Ling, Almeida & Dale Galeria de Arte e Studio Prestes.


ficha técnica da exposição

  • Artista

    Tomie Ohtake

  • Curador

    Cézar Prestes

  • Identidade Visual

    Adriana Tazima

  • Produção Executiva

    Laura Cogo

  • Programa Educativo

    Camila Salvá


Sobre a Artista

Tomie Ohtake
Foto: Julio Amado

Tomie Ohtake (1913-2015) nasceu em Kyoto, no Japão, onde iniciou seus estudos. Em 1936, veio ao Brasil e, impedida de voltar devido ao início da Guerra do Pacífico, acabou ficando no país. Começou a pintar com quase 40 anos, incentivada pelo artista japonês Keiya Sugano. Participou de 20 Bienais Internacionais, 120 exposições individuais e quase 40 mostras coletivas, entre Brasil e exterior, além de 28 prêmios. Sua obra destaca-se tanto na pintura e na gravura quanto na escultura. Marcam ainda sua produção as mais de 30 obras públicas desenhadas na paisagem de cidades brasileiras como São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba e Brasília. Entre 2009 e 2010, suas esculturas alcançaram também os jardins do Museu de Arte Contemporânea de Tóquio e a província de Okinawa, no Japão. Em 2012, foi convidada pelo Mori Museum, em Tóquio, a produzir uma obra pública para o jardim da sede. Em São Paulo, dá nome a um vibrante centro cultural, o Instituto Tomie Ohtake. Em 2013, Tomie Ohtake chegou aos 100 anos, comemorados com 17 exposições pelo Brasil. Dos 100 aos 101 anos, concebeu cerca de 30 pinturas.  Até a sua morte, aos 101 anos, seguiu trabalhando.