exposição

LING apresenta: Camila Soato, com intervenção artística inédita

18/08/2025 às 10h30 até 18/10/2025 às 20h

LING apresenta: Camila Soato, com intervenção artística inédita

O Instituto Ling recebe a artista brasiliense Camila Soato para realizar uma intervenção artística inédita em uma das paredes da instituição. De 18 a 22 de agosto, o público poderá acompanhar gratuitamente a criação da nova obra, durante o horário de funcionamento do centro cultural. Será possível acompanhar, em tempo real, o processo criativo, as técnicas empregadas e os movimentos do artista. Após a finalização, o trabalho ficará exposto para visitação até o dia 18 de outubro, com entrada franca.

Camila Soato desenvolve pesquisas prático-teóricas em pintura figurativa, desenho e performance. Sua produção aborda temas como feminismo, gênero e fuleragem. Mesclando cenas cômicas protagonizadas por personagens atrapalhados ou perversos extraídos do cotidiano banal com pinceladas expressivas, manchas e escorridos de tinta, suas obras revelam uma carga violenta que contrasta com o humor satírico. Valoriza o improviso e assume o erro como índice poético, trabalhando com o elogio ao descuido; a justaposição desses elementos cria narrativas bizarras.

Após a finalização do mural, a artista comentará a experiência e o resultado em bate-papo com o público e o curador, Paulo Henrique Silva, que, na ocasião, também apresentará um panorama da produção artística da região Centro-Oeste, no dia 23 de agosto, sábado, às 11h. Faça sua inscrição sem custo. 

A atividade faz arte do projeto LING apresenta: Quando as fronteiras se dissolvem, com curadoria de Paulo Henrique Silva, que tem o objetivo de aproximar o Rio Grande do Sul da cultura do Centro-Oeste, trazendo artistas visuais da região para desenvolverem obras inéditas no centro cultural.

 

Quando as fronteiras se dissolvem

Quando a linha do horizonte se desloca e as fronteiras deixam de pertencer aos mapas oficiais, emerge um campo múltiplo de vozes, imagens e gestos. Não há centro imóvel nem periferia silenciosa; existe, sim, um circuito de narrativas poéticas em constante movimento, uma paisagem de caminhos que se cruzam e ressoam. Ao valorizar a heterogeneidade, o projeto Ling Apresenta faz florescer uma cartografia viva, na qual cada região do país se liberta da rigidez hierárquica e cria pontos de contato entre si. Dessa forma, não se legitima um único lugar de fala, mas uma polifonia que insiste em modos alternativos de perceber e habitar o mundo.

A arte contemporânea brasileira, por si só, desfaz ideias de um plano cartográfico hegemônico ao redefinir as relações entre regional e nacional, local e global, periferia e centro. Artistas que vivem e trabalham em Mato Grosso, Distrito Federal e Goiás, mesmo diante de delimitações políticas, econômicas e geográficas, persistem em estabelecer diálogos com as grandes metrópoles. Assim, projetam suas carreiras em âmbito nacional e internacional, comprovando que a distância não impede a potência criativa.

A seleção de artistas apresentada propõe um olhar para um território que, embora geograficamente seja o centro do país, permanece à margem de políticas expressivas de fomento à arte contemporânea. Quando comparado à Região Sudeste, o Planalto Central converte-se em uma espécie de limbo. No entanto, compreender a produção artística do Centro-Oeste como um dos eixos da arte brasileira exige reconhecer que transformações sociais, políticas e econômicas superaram o antigo paradigma de periferia em estado de inferioridade.

O imaginário do exótico, outrora associado às criações fora do eixo Rio-São Paulo, agora atrai atenção para a arte produzida no Planalto Central. Os artistas escolhidos para esta edição do projeto Ling Apresenta colaboram para construir uma história da arte horizontal, em que periferias e centros aparecem no mesmo mapa, reforçando a pluralidade de vozes que compõem o cenário nacional.

Paulo Henrique Silva

Curador

 

Sobre o curador

Paulo Henrique Silva (Anápolis, Goiás)

Paulo Henrique Silva foi aluno e professor na Escola de Artes Oswaldo Verano, mantida pela Prefeitura de Anápolis (GO), e graduou-se em Artes Visuais pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Desde 2004, dedica-se à curadoria, com foco no estudo e na pesquisa da arte contemporânea produzida na Região Centro-Oeste do Brasil. Projetos recentes incluem as mostras Entre Acervos, Dialetos 1 e 2, Novas Aquisições, Um Acervo em Construção, Fotografia no Acervo do Mapa, Conversas – resistência e convergência e Vozes do Silêncio. Foi curador em mais de onze edições do Salão Anapolino de Arte e tem contribuído significativamente para a ampliação do acervo do MAPA e o fortalecimento da arte contemporânea no interior do Brasil. De 2020 a 2024, foi responsável pela Coordenação do Fundo Municipal de Cultura e Editais, Curadoria e Gestão do MAPA e da Galeria de Artes Antônio Sibasolly, em Anápolis.


ficha técnica da exposição

  • Artista

    Camila Soato

  • Curador

    Paulo Henrique Silva

  • Identidade Visual

    Adriana Tazima

  • Produção Executiva

    Laura Cogo

  • Programa Educativo

    Gisele Marteganha


Sobre a Artista

Camila Soato
Foto: Camila Soato

Camila Soato (Brasília, DF, 1985)

Camila Soato desenvolve pesquisas prático-teóricas em pintura figurativa, desenho e performance. Sua produção aborda temas como feminismo, gênero e fuleragem. Mesclando cenas cômicas protagonizadas por personagens atrapalhados ou perversos extraídos do cotidiano banal com pinceladas expressivas, manchas e escorridos de tinta, suas obras revelam uma carga violenta que contrasta com o humor satírico. Valoriza o improviso e assume o erro como índice poético, trabalhando com o elogio ao descuido; a justaposição desses elementos cria narrativas bizarras.

Graduada em Artes Visuais e mestre em Poéticas Contemporâneas pela Universidade de Brasília, é também doutora em Poéticas Visuais pela Universidade de São Paulo. Participou de exposições no Brasil e no exterior, como a individual Imundas e Abençoadas, no Centro Cultural São Paulo (2022), e coletivas como a XXII Bienal Internacional de Arte de Cerveira, em Portugal (2022), e a 11ª Bienal do Mercosul (2018), onde também realizou residência artística. Entre os prêmios, destaca-se o de Melhor Exposição, pelo Prêmio PIPA Voto Popular de 2013. Vive e trabalha entre Brasília (DF) e Planaltina (GO).