LING apresenta: Gervane de Paula, com intervenção artística inédita
24/03/2025 às 10h30 até 31/05/2025 às 20h

O Instituto Ling recebe com muita alegria o artista cuiabano Gervane de Paula para realizar uma intervenção artística inédita em uma das paredes da instituição. De 24 a 28 de março, o público poderá acompanhar gratuitamente a criação da nova obra, feita ao vivo durante o horário de funcionamento do centro cultural. Será possível observar o processo criativo, técnicas e movimentos durante a produção. Após a finalização, o trabalho ficará exposto para visitação até o dia 31 de maio, com entrada franca.
A atividade faz arte do projeto LING apresenta: Quando as fronteiras se dissolvem, com curadoria de Paulo Henrique Silva, que tem o objetivo de aproximar o Rio Grande do Sul da cultura do Centro-Oeste, trazendo artistas visuais da região para desenvolverem obras inéditas no centro cultural.
Após a finalização do mural, o curador irá apresentar um panorama da arte produzida recentemente da região Centro-Oeste e o artista comentará a experiência e o resultado em bate-papo com o público, no dia 29 de março, sábado, às 11h. Faça sua inscrição sem custo.
A criação de Gervane de Paula também integra a programação da 14ª Bienal do Mercosul.
Quando as fronteiras se dissolvem
Quando a linha do horizonte se desloca e as fronteiras deixam de pertencer aos mapas oficiais, emerge um campo múltiplo de vozes, imagens e gestos. Não há centro imóvel nem periferia silenciosa; existe, sim, um circuito de narrativas poéticas em constante movimento, uma paisagem de caminhos que se cruzam e ressoam. Ao valorizar a heterogeneidade, o projeto Ling Apresenta faz florescer uma cartografia viva, na qual cada região do país se liberta da rigidez hierárquica e cria pontos de contato entre si. Dessa forma, não se legitima um único lugar de fala, mas uma polifonia que insiste em modos alternativos de perceber e habitar o mundo.
A arte contemporânea brasileira, por si só, desfaz ideias de um plano cartográfico hegemônico ao redefinir as relações entre regional e nacional, local e global, periferia e centro. Artistas que vivem e trabalham em Mato Grosso, Distrito Federal e Goiás, mesmo diante de delimitações políticas, econômicas e geográficas, persistem em estabelecer diálogos com as grandes metrópoles. Assim, projetam suas carreiras em âmbito nacional e internacional, comprovando que a distância não impede a potência criativa.
A seleção de artistas apresentada propõe um olhar para um território que, embora geograficamente seja o centro do país, permanece à margem de políticas expressivas de fomento à arte contemporânea. Quando comparado à Região Sudeste, o Planalto Central converte-se em uma espécie de limbo. No entanto, compreender a produção artística do Centro-Oeste como um dos eixos da arte brasileira exige reconhecer que transformações sociais, políticas e econômicas superaram o antigo paradigma de periferia em estado de inferioridade.
O imaginário do exótico, outrora associado às criações fora do eixo Rio-São Paulo, agora atrai atenção para a arte produzida no Planalto Central. Os artistas escolhidos para esta edição do projeto Ling Apresenta colaboram para construir uma história da arte horizontal, em que periferias e centros aparecem no mesmo mapa, reforçando a pluralidade de vozes que compõem o cenário nacional.
Paulo Henrique Silva
Curador
Sobre o curador:
Paulo Henrique Silva foi aluno e, posteriormente, professor na Escola de Artes Oswaldo Verano, mantida pela Prefeitura de Anápolis (GO), graduou-se em Artes Visuais pela Universidade Federal de Goiás (UFG) em 2021. Desde 2004, dedica-se à curadoria, com foco no estudo e na pesquisa da arte contemporânea produzida na Região Centro-Oeste do Brasil, bem como nas relações entre artistas e acervos.
Projetos recentes incluem as mostras Entre Acervos, Dialetos 1 e 2, Novas Aquisições, Um Acervo em Construção, Fotografia, Fotografia no Acervo do Mapa, Conversas – resistência e convergência e Vozes do Silêncio. Também organizou o 1º Salão de Arte Contemporânea de Goiás (2022) no MAC/GO, que enriqueceu o acervo do Museu de Artes Plásticas de Anápolis (MAPA) com obras de importantes artistas da cena contemporânea brasileira.
Paulo Henrique já atuou como curador em mais de onze edições do Salão Anapolino de Arte e tem contribuído significativamente para a ampliação do acervo do MAPA e o fortalecimento da arte contemporânea no interior do Brasil. De 2020 a 2024, foi responsável pela Coordenação do Fundo Municipal de Cultura e Editais na Diretoria de Cultura de Anápolis, além da Curadoria e Gestão do Museu de Artes Plásticas de Anápolis (MAPA) e da Galeria de Artes Antônio Sibasolly.
ficha técnica da exposição
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Artista
Gervane de Paula
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Curador
Paulo Henrique Silva
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Identidade Visual
Adriana Tazima
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Produção Executiva
Laura Cogo
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Programa Educativo
Gisele Marteganha