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Advogada de formação, mãe e líder por vocação: conheça Gabriela Jereissati

Formada em Direito, o caminho natural para Gabriela Bratz Lamb Jereissati seria assumir o cargo de diretora jurídica na construtora da família em Porto Alegre. Mas desde cedo o contato com entidades formadoras de lideranças despertou seu lado líder, reforçado quando cursou o Programa GCLP da Universidade de Georgetown. Morando com o marido em São Paulo desde a pandemia, Gabriela atualmente divide seu tempo entre a presidência do Instituto de Formação de Líderes (IFL), os cuidados com os pequenos Álvaro (2 anos) e Rosita (8 meses) e novos projetos profissionais.

Advogada de formação, mãe e líder por vocação: conheça Gabriela Jereissati

Gabriela, 32 anos, nasceu em uma família com tradição empreendedora, dona da Lamb Construções, uma construtora de médio porte em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Ela ainda estava na 8ª série, quando seu irmão Júlio – quatro anos mais velho – se associou ao Instituto de Estudos Empresariais em preparação para a sucessão da empresa familiar. Engajado na organização, que visa incentivar e preparar novas lideranças empreendedoras e sucessoras em negócios familiares, o irmão compartilhava em casa os temas que debatia no IEE, despertando em Gabriela o desejo de seguir seus passos.

Concluído o Ensino Médio, Gabriela ingressou na faculdade de direito e, neste período, envolveu-se com diversas atividades ligadas a empreendedorismo e liberdade. Em 2013, participou da fundação do do Instituto Miss Rand, que deu origem ao que hoje é o Instituto Atlantos, criado para disseminar as ideias e valores da liberdade através palestras e eventos para estudantes das maiores faculdades da capital gaúcha. No mesmo ano, e também em 2014, foi organizadora do programa Language of Liberty Brasil, realizado em 5 cidades do sul do país, com foco na temática empreendedorismo e economia, em especial liberalismo clássico.

Como há muito antecipava, associou-se também ao Instituto de Estudos Empresariais. “Sempre fui curiosa e motivada a me envolver em atividades do IEE. Me voluntariava para participar de tudo o que podia, especialmente ajudando na organização e mobilização de eventos. Como dizem, quanto mais você dá ao instituto, mais ele te dá retorno. Não foi por interesse, mas sim pelo desejo de aprender, crescer e me conectar com pessoas e informações valiosas”, conta.

Após sua formatura, em 2015, estava pronta para suceder a mãe nos negócios. “Meu pai era diretor executivo e minha mãe era diretora jurídica da empresa. Meu irmão, formado em engenharia civil, assumiu o cargo executivo e eu, aos poucos, assumi o departamento jurídico com o apoio e supervisão da minha mãe”. Para isso, Gabriela abriu o próprio escritório de advocacia, que atendia não apenas a construtora da família, mas também clientes externos.

Somado a isso, emendou na graduação uma pós em Direito Empresarial na Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo. Habituada a uma rotina agitada, durante a semana Gabriela se dedicava ao escritório e às atividades do IEE, e, todas as sextas-feiras, durante dois anos, viajava para São Paulo para atender à pós-graduação, que ocupava integralmente seus sábados.

Em 2019, o reconhecimento de seu engajamento e dedicação no IEE lhe renderam a recomendação para o programa de bolsas do Instituto Ling Global Competitiveness Leadership Program (GCLP), que concedia bolsas de estudo para a pós-graduação voltada ao desenvolvimento de líderes latino-americanos da Georgetown University, em Washington D.C. Aprovada no processo seletivo, mesmo antes de iniciar o curso já começou a participar ativamente da rede: naquele ano, o encontro anual da rede de alumni do GCLP aconteceu em Porto Alegre, e Gabriela ficou à frente da logística do evento.

Já de malas prontas para embarcar para os Estados Unidos em janeiro de 2020, antes de viajar Gabriela fechou as portas do escritório de advocacia em Porto Alegre, embora tenha dado continuidade aos processos que estavam em andamento de forma remota. Intuitivamente, talvez ela já antecipasse as mudanças que viriam pela frente. Os primeiros dois meses do programa na capital norte-americana corresponderam às expectativas, até que no final de fevereiro a pandemia da Covid-19 pegou a todos de surpresa.

“Infelizmente, a pandemia interrompeu meus planos e, com o fechamento da universidade em meio ao curso, tive que retornar para o Brasil. Mesmo assim, continuei trabalhando tanto nas aulas em Georgetown, que seguiram de modo virtual, quanto na empresa da família, lidando com questões trabalhistas complexas”, lembra.

Mas o breve período no exterior produziu efeitos na perspectiva profissional de Gabriela. Ela conta que nunca gostou de exercer o direito como uma finalidade em si, mas sim de usar os conhecimentos como ferramenta de transformação. Decidida a buscar novas formas de exercê-lo que atendessem seus anseios, conversou com a família e, em conjunto, tomaram a decisão de terceirizar o departamento jurídico da construtora, abrindo espaço para que Gabriela se lançasse a novos desafios.

 

Mudança para São Paulo e novas portas abertas

À época, Gabriela namorava Eduardo, que apesar de cearense, morava em São Paulo há dez anos. A mobilidade advinda desse período possibilitou que Gabriela se unisse a ele na cidade, dando início a uma nova jornada, juntos.

Em busca de oportunidades profissionais, Gabriela acionou seus contatos e, em pouco tempo, foi convidada a assumir a direção executiva da franquia Miss Brasil.  “Trabalhei lá por quase dois anos, até que, após dar à luz meu primeiro filho, o Álvaro, percebi que não conseguia conciliar todas as demandas e precisei abdicar do cargo. Treinei uma pessoa para me substituir e retomei o foco ao meu escritório de advocacia, mantendo apenas um papel consultivo na administração da franquia”, conta.

Durante esse período, Gabriela buscou o Instituto de Formação de Líderes - IFL São Paulo, que trabalha de forma similar ao IEE na formação de jovens lideranças e que ela já conhecia da época em que atuava na entidade gaúcha. Recém ingressada no IFL, foi convidada para assumir a direção do Fórum Liberdade e Democracia, organizado anualmente pelo Instituto, o que considera uma honra. “Aceitei o desafio, conciliando minhas responsabilidades como mãe e meu trabalho no escritório de advocacia. Mesmo com uma carga de trabalho intensa, abracei a oportunidade e me entreguei ao papel”, comenta. Nesse meio, Gabriela engravidou novamente. “Foi uma loucura! Entreguei o Fórum com um filho de um ano e nove meses e uma bebê de um mês. Minha mãe vinha trazer a Rosita para amamentar nos intervalos do evento”, conta.

Mesmo dividida entre o evento e a maternidade, Gabriela entregou-se por inteiro à missão: “Fui incansável, sempre buscando o melhor para o Instituto. Com a bagagem adquirida ao longo dos anos de envolvimento com eventos de liberalismo e empreendedorismo, fui capaz de contribuir de maneira significativa para o crescimento e desenvolvimento do Instituto”, salienta. Em função dessa dedicação, de forma natural, foi convidada a assumir a presidência do IFL. Mas Inicialmente, recusou o convite, por reconhecer a magnitude da responsabilidade envolvida, especialmente por estar criando dois filhos pequenos em casa. Entretanto, entendendo que a instituição contava com seu apoio, aceitou o cargo de vice-presidente, mais institucional e menos demandante de seus esforços.

Para sua surpresa, um mês antes de assumirem a posse, o então futuro Presidente informou que não poderia assumir o cargo em função de um compromisso internacional, e Gabriela não teve como recusar o novo posto. “Nos Institutos, o comprometimento integral e a excelência são essenciais, pois todos são voluntários, que dedicam seu tempo e esforço movidos apenas pelo amor à causa. Assumir a presidência foi, sem dúvida, um grande desafio, mas também uma oportunidade única de liderar e inspirar uma equipe de pessoas dedicadas e apaixonadas pelo trabalho realizado.”, enfatiza.

 

Compartilhando responsabilidades

“Duas coisas definem quem somos: nossa carreira e quem escolhemos para compartilhar a vida”. Gabriela lembra desta frase, dita por sua mãe, e que para ela faz todo o sentido neste momento em que é fundamental ter alguém ao lado para apoiar e ajudar a conciliar todas as demandas da vida.“Quando assumi a Presidência do IFL, tive conversas francas em casa para alinhar expectativas e garantir que teríamos o apoio necessário”, conta. Nem ela ou o marido têm família por perto, portanto precisaram buscar auxílio externo para ajudar nos cuidados com a casa e os filhos. “Contamos com uma babá para cuidar das crianças até a hora de dormir, o que me permite comparecer a eventos com tranquilidade. Meu marido e eu dividimos as responsabilidades e garantimos que as crianças tenham nossa atenção. Essa parceria nos permite fluir bem e enfrentar juntos os desafios da maternidade e paternidade. Nosso foco é manter a organização e dividir tarefas para que tudo funcione de forma harmoniosa”, salienta.

Gabriela conta que é fácil esquecer dos momentos difíceis da maternidade. Para ela, a experiência de criar um filho desde o início, acompanhando suas conquistas diárias, é algo sensacional e gratificante. “Comparando ser mãe pela primeira vez e pela segunda vez, percebemos que a capacidade de lidar com o choro e as dificuldades é muito maior na segunda vez. A dinâmica de ter dois filhos é desafiadora, mas traz uma leveza e compreensão que só a experiência pode proporcionar”, salienta.

Gabriela sente que  encontrou  formas de equilibrar sua vida pessoal e profissional. Embora neste ano sua dedicação à presidência do IFL tenha impactado sua dedicação ao escritório de advocacia, tem sido um período de intenso aprendizado. Quando terminar o mandato no IFL,  já tem planos.  “Fui convidada a assumir a diretoria executiva de um novo museu que será lançado em São Paulo dedicado à fotografia, projeto do empresário David Feffer. Já estou trabalhando neste projeto em paralelo, e assim que encerrar minha gestão no IFL SP, em novembro, minha dedicação será integral”, conta.

3.5.2024

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