PAULO LANDIM, EMPREENDEDOR NATO E GESTOR NA ÁREA DA EDUCAÇÃO

"Tudo que alcancei na vida foi graças às oportunidades de estudo que tive", conta o empresário Paulo Henrique Landim Junior, que desde pequeno sonhava em empreender. A vontade de cursar um MBA no Exterior e a aprovação na prestigiada Harvard Business School abriram tantas portas que hoje ele é CEO da Fleming Educação, que também estimula os alunos a sonharem mais alto.

PAULO LANDIM, EMPREENDEDOR NATO E GESTOR NA ÁREA DA EDUCAÇÃO

A escolha de atuar no ramo da educação não foi proposital, e sim uma feliz coincidência. Foi durante o período da pós-graduação em Boston, Massachusetts (EUA), que Paulo entendeu que poderia empreender comprando uma empresa já existente, sem precisar começar do zero. Mas para contar essa história direito temos que voltar um pouquinho no tempo.

Quando ainda não tinham filhos, os pais de Paulo saíram do Brasil para buscar uma vida melhor nos Estados Unidos. Não falavam inglês, não tinham reservas financeiras, não sabiam onde iriam morar. Fixaram-se em Los Angeles, na Califórnia, onde Paulo-pai dividia-se em trabalhos de modelo e ator na indústria do cinema e como garçom, enquanto a mãe se empregou como secretária em uma escola particular. Neste colégio, aliás, surgiu a primeira bolsa na vida de Paulo-filho, o que garantiu ensino de excelente qualidade na sua primeira década de vida.

A saudade do Brasil pesou para os adultos: estavam há 20 anos fora, a família em São Paulo era grande, então as raízes falaram mais alto. Os filhos – americanos de nascença – não se empolgaram com a ideia. No dia da despedida da América do Norte, Paulo e a irmã mais nova se trancaram no banheiro, na esperança de perderem o voo para cá. O plano não deu certo, e Paulo Junior, então com 13 anos, passou por um grande choque cultural.

“Só conhecia fatos do Brasil pelos livros americanos de Geografia. Eram as favelas, a floresta amazônica e outros estereótipos”, recorda.

Na escola, sempre foi muito “nerd” e apaixonado por Matemática. Nas disciplinas de Humanas, precisou redobrar estudos em História e Literatura, por exemplo, além de aprender o Português formal, ao contrário do informal falado em casa. Aliás, um parênteses: nesta entrevista para o site do Instituto Ling, chamou a atenção o português corretíssimo e claro com que Paulo se comunica.

Vida acadêmica em destaque

Passado o período escolar, o jovem se encontrou para valer no ambiente universitário. Em 2007, ingressou no Insper para cursar Economia com 80% de bolsa. Presidente de turma, recebeu menções e prêmios na graduação, como se formar Magna Cum Laude (nível acadêmico excepcional), reconhecimento pelo trabalho de conclusão e ser eleito pelos colegas o estudante que mais contribuiu com a formação de toda a classe.

O desejo de seguir os estudos foi motivado pelo grande sonho de empreender. O espírito comercial já havia sido bem exercitado na adolescência, inclusive. No retorno ao Brasil, seus pais montaram uma empresa de bufê para festas. Aos finais de semana, ele pegava junto: ajudava como garçom, barman, cozinheiro e até monitor de brinquedo infantil. Com 15 anos, vendeu a primeira festa.

“Senti um tino comercial nascendo ali”, comenta.

Após a faculdade, trabalhou para algumas consultorias americanas e australianas. Mas queria ter seu próprio negócio. Decidiu procurar um MBA para se preparar com mais conhecimento. Na busca por instituições que oferecem bolsas internacionais, conheceu o Instituto Ling e passou na seleção para receber uma bolsa de estudos.

“Não buscava só apoio financeiro, e sim toda a base social. Queria me inserir em uma comunidade de outras pessoas que estivessem indo atrás do mesmo objetivo, conhecer seus históricos de sucesso, com propósitos em comum”, conta.

Harvard, o melhor capítulo da sua vida

E então, veio a aprovação para a Harvard Business School, inquestionavelmente uma das mais tradicionais e prestigiadas escolas de negócios do mundo. Em 2013, lá estava o economista a bordo de um avião para o país onde nasceu, desta vez para passar dois anos em dedicação exclusiva.

O curso foi trancado no meio do caminho após o estágio de verão (summer internship) em uma construtora brasileira, onde Paulo assumiu como diretor financeiro por um período. De volta a Boston, concluiu o MBA em 2016.

“Saímos de um curso assim com muita humildade e gratidão. São os sentimentos por estar o tempo inteiro em volta de pessoas tão capazes e com histórias tão incríveis. Me despedi de Harvard me sentindo muito forte, voltei pronto para qualquer desafio”.

Buscando oportunidades no Brasil

E aqui retomamos aquela história lá do começo: a decisão de empreender comprando um negócio pronto. O bolsista buscava uma empresa que já tivesse um histórico de crescimento, uma marca consolidada. Faltavam os recursos para tal empreitada, é claro. Assim surgiu a Colibri Investimentos, um search fund, montado pé por pé, porta a porta, no último semestre do MBA. Falar a palavra “Harvard” abria várias destas portas, então logo Paulo reuniu 16 investidores e partiu para a busca ativa.

Encontrou o Fleming Educação no final de 2016, curso de preparação pré-vestibular que havia surgido 13 anos antes, pioneiro em preparação para Medicina com liderança em aprovação no Brasil. Em 2017, Paulo foi então morar em Porto Alegre/RS, sede da empresa onde é CEO até os dias de hoje. O negócio cada vez mais prospera: já são 16 unidades (antes eram 5), agora em 4 estados do Brasil, com mais de 200 funcionários e agora com Ensino Médio além de cursinho. Para um “guri” americano de 33 anos, é só o começo de uma trajetória ainda maior que está sendo trilhada.

“Educação muda o mundo, e eu vejo isso na prática. Como é um setor carente demais no Brasil a educação de qualidade é uma exceção. É gratificante comemorar o resultado do nosso trabalho”, celebra.

Trabalhar com educação é uma responsabilidade muito grande, na opinião de Paulo Landim. E é por isso que a atenção é redobrada a cada decisão.

“Temos milhares de jovens em nossas escolas, estamos ajudando a moldar o futuro deles, então levamos muito a sério. Abraçamos metas ambiciosas, como envolver ainda mais os pais e reinventar o tradicional boletim escolar, que é o mesmo há séculos. Além disso, motivamos os estudantes a sonhar grande, a serem protagonistas de sua educação. Mostramos que é possível ter sucesso em qualquer carreira que escolherem”, conclui.

03.02.2023

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