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25 ANOS APÓS RECEBER A BOLSA DO INSTITUTO LING, A TRAJETÓRIA DE CRISTIANA SALGADO BRAGA NA ÁREA DE FARMACÊUTICA E BIOTECNOLOGIA

Contemplada na 3ª edição do programa de bolsas START MBA, em 1997, Cristiana tinha grandes sonhos quando buscou o MBA na INSEAD. Passados 25 anos, conta que os realizou com sua jornada na área de farmacêutica e biotecnologia, onde trabalha com estudos e lançamentos de terapias e medicamentos para doenças ultrarraras.

25 ANOS APÓS RECEBER A BOLSA DO INSTITUTO LING, A TRAJETÓRIA DE CRISTIANA SALGADO BRAGA NA ÁREA DE FARMACÊUTICA E BIOTECNOLOGIA

Durante a graduação em Engenharia Química pela UFRJ, Cristiana não imaginava que sua carreira a levaria ao estado-da-arte nas áreas de farmacêutica e biotecnologia. À época em que decidiu seguir estudando e candidatou-se ao MBA em INSEAD, na França, Cristiana sentia que ainda lhe faltava algo nos empregos que tinha tido desde o término do curso de engenharia. Buscava algo com um propósito maior e que lhe trouxesse a autorrealização. Aprovada e ainda contemplada com a bolsa de estudos do Instituto Ling, partiu para a Europa em 1997, para uma experiência que lhe abriu a mente e o olhar para as várias possibilidade em outras carreiras e indústrias.

Durante o MBA, enquanto a maioria dos seus colegas estavam interessados em consultoria tradicional e investment banking, Cristiana já buscava alguma área de maior impacto. Para ela, não fazia sentido todo o sacrifício e investimento de tempo e dinheiro para voltar a fazer o mesmo de antes. Foi então que a área de farmacêutica e biotecnologia apareceu como a oportunidade de um trabalho com significado profundo.

Segundo Cristiana, houve uma confluência muito positiva de fatores: a economia mundial estava em crescimento, havia o boom da internet. As grandes empresas farmacêuticas buscavam jovens talentos, ao mesmo tempo em que estudos avançavam na compreensão do genoma humano. Começou assim uma trajetória que já dura 25 anos:

“A indústria de biotecnologia veio do mapeamento do genoma humano. E foi o êxito nesse mapeamento que permitiu a cientistas do mundo inteiro identificarem doenças genéticas que, muitas vezes, manifestam uma multitude de sintomas que são diagnosticadas erroneamente. Acredito que estes 25 anos são apenas o começo dessa grande jornada na direção de uma medicina que não se parece em nada com aquela que existia na época que eu estava na faculdade”, conta.

Desde INSEAD, Cristiana morou em 9 países diferentes, trabalhando em diversas empresas, sempre na área de farmacêutica e biotecnologia. Há 10 anos reside em Boston, que é um hub mundial na confluência de startups em biotecnologia e em tecnologia da informação, além de universidades de ponta na área de pesquisa, como MIT e Harvard.

Entre os projetos para os quais se dedicou, destaca estudos e lançamentos de terapias e medicamentos para crianças que, na maioria dos casos, tem mutações genéticas e sofrem de doenças ultrarraras, com poucos milhares de casos em todo o mundo. Conta que até hoje se conhecem mais de 7 mil dessas doenças raras já identificadas, que exigem anos de pesquisa a um alto custo. Alguns casos requerem mais de 20 anos de pesquisa até chegar a um fármaco para o tratamento da enfermidade. É uma área onde a pesquisa genética é fundamental: “Quanto mais se conhece o mapeamento do genoma humano e como os genes interagem entre si, e quais genes são ativados ou desativados quando um feto está em formação no útero da mãe, maior a chance de se identificar doenças e mutações”, diz Cristiana, acrescentando: “O que faço hoje em dia é uma mistura de tecnologia com medicina. Pois para identificar os genes que causam as doenças e achar pacientes e achar um tratamento, tudo tem que ter um suporte tecnológico. Em compilação de dados, em prospecção de pacientes, sintomas e tudo mais.”

Apesar de trabalhar e morar no exterior, Cristiana celebra o impacto positivo de sua atividade no Brasil. O país é um dos grandes mercados para todas as empresas que desenvolvem e querem lançar tratamento para doenças raras, pois tem grandes centros de pesquisa e grandes centros de excelência de tratamento dessas doenças raras. Cristiana afirma que a Anvisa tem sido um importante parceiro em projetos, viabilizando a implantação de programas de distribuição de medicamentos que, por seu alto custo, dificilmente seriam acessíveis aos portadores dessas enfermidades.

Plenamente realizada, Cristiana recentemente desligou-se da Sanofi, onde era vice-presidente global na área de hematologia e doenças raras, para trabalhar de forma independente. Quer usar sua expertise para dar consultoria estratégica para startups, para que essas possam acelerar a jornada entre a descoberta e a prática, quando os médicos passam a prescrever as medicações aos pacientes. Também está começando a integrar conselhos e diretorias dessas empresas, compartilhando sua experiência e capacidade de gestão.

“O meu plano é saber que eu fiz alguma coisa de positivo, que eu impactei a vida de poucas pessoas, mas eu impactei de forma significativa. E isso é o que tem guiado minha carreira nessas décadas todas e minhas grandes decisões, esse contínuo sentimento de que eu tenho que fazer mais. E ainda há tantas possibilidades e trabalho pela frente, que espero viver até os 100 anos de idade”, conclui Cristiana.

04.07.2022

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